sábado, 25 de agosto de 2012

Opinião


Os bastidores do Oscar: Gwyneth Paltrow e a estueta conquistada pelo desempenho como Viola de Lesseps em Shakespeare in Love. Na imagem, a atriz celebra a vitória ao lado do pai, Bruce Paltrow, falecido em 2002.

A cerimônia do Oscar tenta se reinventar desde sempre. E em 1999 não foi diferente. Ou melhor: foi tão diferente que excedeu os padrões estabelecidos por eles próprios. Talvez seja o medo que o fim de tudo estivesse ali, afinal, era quase 2000. A virada do milênio. Obviamente, que é uma alusão um tanto besta, mas, para uma cerimônia cheia de defeitos (mesmo que tenha tido os seus acertos), chega a ser até mesmo válido. Mas isso é algo que a grande maioria tenta esquecer, até mesmo porque houve rupturas gigantescas de lá pra cá. Digamos que, com o tempo, o Oscar aprendeu a ser mais cauteloso e, claro, estabeleceu um padrão para que não houvesse tais “problemas”.

Benigni vai à loucura ao ouvir seu nome anunciado por Sophia Loren como vencedor na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.
O problema em questão se deve à suas indicações. É de conhecimento geral que, na cerimônia de 1999, Roberto Benigni ganhou a sua estatueta de Melhor Ator, assim como Gwyneth Paltrow ganhou a sua de Melhor Atriz. Até aí tudo bem, isso se não parássemos para analisar sobre os outros concorrentes. Roberto tem uma boa atuação em “A Vida É Bela” (1997), mas nada que justificasse a sua vitória, ainda mais quando tinha como concorrente o ator Edward Norton que estava em excelente atuação em “A Outra História Americana” (1998). Gwyneth não fica atrás, porém, sua vitória é ainda mais contestadora. Sua atuação é mediana e nada explica sua vitória, sendo que tínhamos uma Fernanda Montenegro em êxtase por sua atuação em “Central do Brasil” (1998). Claro, são dois casos até recorrentes em cerimônias do Oscar, mas posso definir muito bem o “teor” de estranheza que foi esta cerimônia em particular.

Aliás, outro destaque é o fato dos filmes estrangeiros ganharem mais destaques. Afinal, mesmo que o Oscar seja a maior festa e premiação sobre cinema, é também a mais americana, sendo que a maioria dos concorrentes são filmes hollywoodianos. O exemplo que mais se aproxima deste fato é o Oscar deste ano (2012) no qual o filme francês “O Artista” (2011) saiu como grande vencedor. Shakespeare in Love é um bom filme, mas também bastante esquecível e mesmo assim saiu como o grande vencedor da noite. Ou seja: 1999 não é um bom ano para ficar relembrando dentre todas as cerimônias do Oscar. Mas, como já foi dito... É um suspiro de uma época aonde quase houve uma inovação. Pena que escolheram a época e os filmes errados para isso. Enquanto que, atualmente, temos que aguentar um padrão quase nazista em cima dos ganhadores e concorrentes. Afinal, o vencedor nem sempre é o melhor filme da premiação...

por Alan Raspante

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