quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

61ª edição (1989) - Lista Completa dos Indicados



Confiram todos os indicados aos prêmios da 61ª edição dos Academy Awards:

  1. Acusados, de Jonathan Kaplan. Texto de Gustavo Pavan.

  1. The American Experience, de Henry Hampton.
·         Melhor Documentário Curto

  1. Amigas para Sempre, de Garry Marshall.
·       Melhor Direção de Arte

  1. Assassinato em Hollywood, de Blake Edwards.
·         Melhor Figurino

  1. Bagdá Café, de Percy Adlon.
·         Melhor Canção Original: Calling You

  1. Bird, de Clint Eastwood.
·         Melhor Som – venceu

  1. Buster – Procura-se um Ladrão, de David Green.
·         Melhor Canção Original: Two Hearts

  1. Cadillac Dreams, de Matia Karrell.
·         Melhor Curta-Metragem

  1. The Cat Came Back, de Cordell Barker.
·         Melhor Curta-Metragem de Animação

  1. The Children’s Storefront, de Karen Goodman.
·         Melhor Documentário Curto

  1. Uma Cilada para Roger Rabbit, de Robert Zemeckis – 6 indicações:
·         Melhor Fotografia
·         Melhor Direção de Arte
·         Melhor Edição – venceu
·         Melhor Som
·         Melhor Edição de Som – venceu
·         Melhores Efeitos Visuais – venceu

  1. Conspiração Tequila, de Robert Towne.
·         Melhor Fotografia

  1. The Cry of Reason: Beyers Naude – An Afrikaner Speaks Out, de Robert Bilheimer.
·   Melhor Documentário

  1. De Caso com a Máfia, de Jonathan Demme. Texto de Luís Adriano de Lima.

  1. Duro de Matar, de John McTiernan – 4 indicações:
·   Melhor Edição
·     Melhor Som
·   Melhor Edição de Som
·   Melhores Efeitos Visuais

  1. Os Fantasmas Contra Atacam, de Richard Donner.
·         Melhor Maquiagem

  1. Os Fantasmas Se Divertem, de Tim Burton.
·         Melhor Maquiagem – venceu

  1. Gang Cops, de Thomas B. Fleming e Daniel Marks.
·         Melhor Documentário Curto

  1. Um Grito no Escuro, de Fred Schepisi. Texto de Alan Raspante.

  1. Gullah Tales, de Gary Moss.
·         Melhor Curta-Metragem

  1. Hanussen, de István Szabó.
·         Melhor Filme em Língua Estrangeira: Hungria.

  1. Hôtel Terminus, de Marcel Ophüls.
·         Melhor Documentário – venceu

  1. A Insustentável Leveza do Ser, de Phillip Kaufman. Texto de Ivanildo Pereira.

  1. Let’s Get Lost, de Bruce Weber.
·         Melhor Documentário

  1. Ligações Perigosas, de Stephen Frears. Texto de Luís Adriano de Lima.

  1. Little Dorrit, de Christine Edzard. Texto de Luís Adriano de Lima.

  1. O Mestre da Música, de Gérard Corbiau.
·         Melhor Filme em Língua Estrangeira: Bélgica.

  1. Mississipi em Chamas, de Alan Parker. Texto de Ivanildo Pereira.

  1. Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos, de Pedro Almodóvar.
·         Melhor Filme em Língua Estrangeira: Espanha.

  1. Nas Montanhas dos Gorilas, de Michael Apted. Texto de Ivanildo Pereira.

  1. Um Peixe Chamado Wanda, de Charles Crichton. Texto de Gustavo Pavan.

  1. Pelle, o Conquistador, de Bille August. Texto de Celo Silva.

  1. O Peso de um Passado, de Sidney Lumet. Texto de Luís Adriano de Lima.

  1. Portrait of Imogen, de Meg Partridge.
·         Melhor Documentário Curto

  1. Um Príncipe em Nova York, de John Landis – 2 indicações:
·         Melhor Figurino
·         Melhor Maquiagem

  1. O Preço do Desafio, de Ramón Menéndez. Texto de Alan Raspante.

  1. Promises to Keep, de Ginny Durrin.
·         Melhor Documentário

  1. Um Punhado de Pó, de Charles Sturridge.
·         Melhor Figurino

  1. Quero Ser Grande, de Penny Marshall. Texto de Celo Silva.

  1. Rain Main, de Barry Levinson. Texto de Celo Silva.

  1. Rebelião em Milagro, de Robert Redford.
·         Melhor Trilha Sonora – venceu

  1. Salaam Bombay!, de Mira Nair.
·         Melhor Filme em Língua Estrangeira: Índia.

  1. Uma Secretária de Futuro, de Mike Nichols. Texto de Gustavo Pavan.

  1. Sorte no Amor, de Ron Shelton. Texto de Alan Raspante.

  1. Technological Threat, de Bill Kroyer.
·         Melhor Curta-Metragem de Animação

  1. The Appointments of Dennis Jennings, de Dean Parisot.
·         Melhor Curta-Metragem – venceu

  1. Tin Toy, de John Lasseter.
·         Melhor Curta-Metragem de Animação – venceu

  1. Tucker – Um Homem e Seu Sonho, de Francis Ford Coppola. Texto de Celo Silva.

  1. O Turista Acidental, de Lawrence Kasdam. Texto de Alan Raspante.

  1. A Última Tentação de Cristo, de Martin Scorsese. Texto de Ivanildo Pereira.

  1. Who Killed Vincent Chin?, de Christine Choy e Renee Tajima-Pena.
·         Melhor Documentário

  1. Willow – Na Terra da Magia, de Ron Howard – 2 indicações:
·         Melhor Edição de Som
·         Melhores Efeitos Visuais

  1. You Don’t Have to Die, de Malcolm Clarke e Bill Guttentag.
·         Melhor Documentário Curto - venceu

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Opiniões - Parte 5




A edição de 1989 apresentou um Oscar bastante diferenciado. Atores que ao longo de suas carreiras foram se consagrando (premiados ou não), diretores esquecidos tanto pela crítica quanto pelo público, e, claro, alguns dos filmes mais lembrados da história do Cinema. Naquele ano, a comédia estava em alta, e, mesmo que um filme genuinamente dramático tenha levado os prêmios nas principais categorias, sempre tinham dois ou três ótimos filmes de comédia na disputa. Esse é o caso de "Quero Ser Grande" (1988), que deu a primeira indicação de Tom Hanks ao cobiçado prêmio; e "Um Peixe Chamado Wanda" (1988), comédia à la Monty Phyton e que arrebatou multidões ao exibir alguns grandes talentos do gênero, como Kevin Kline e Jamie Lee Curtis.

Correndo um pouco atrás, "Uma Secretária de Futuro" (1988), também indicado a Melhor Filme, recebeu algumas indicações um tanto exageradas, como é o caso da indicação de Melanie Griffith, que, embora estivesse bem no filme, parece ter sido incluída num excesso por parte dos votantes da Academia. Mike Nichols, diretor do longa, é um exímio profissional, mas tem nesse trabalho talvez uma de suas mais fracas jornadas, evidenciando um exagero, que, provavelmente, se deve pelo nome do diretor em meio ao projeto.

Meryl Streep, arroz de festa, estava lá com seu "Um Grito no Escuro" (1988) e isso serve mais como uma curiosidade, não figurava entre as favoritas. Será que naquela época as atrizes já se enchiam da boa cara de Streep entre as cinco indicadas? Risos. Naquela época, a garotinha fútil de Manhattan já fazia miséria em seus trabalhos. Porém, como todo mundo já sabe, 1989 foi o ano de Jodie Foster. Tão cultuada nos anos seguintes, Foster conquistou ali seu primeiro Oscar, proveniente de seu trabalho como a sofrida Sarah Tobias de "Acusados" (1989), e não parou mais. Três anos depois, Foster estaria no mesmo lugar para receber sua segunda estatueta dessa vez por “O Silêncio dos Inocentes” (1991).
 
Geena Davis e Kevin Kline foram eleitos os coadjuvantes do ano e, com certeza, isso se deu num momento inspirado da Academia, que premiou dois trabalhos absurdamente diferentes, mas com apelo igualáveis a categoria principal de atuação. Genna, em “O Turista Acidental” (1988), e Kline, em "Um Peixe Chamado Wanda", mereceram, de fato, suas indicações e seus prêmios, mesmo que ainda fosse possível encontrar trabalhos tão bons quanto os vencedores. Por exemplo, ainda tínhamos concorrendo ao prêmio de coadjuvante o saudoso "Rio" da família Phoenix, que entrou em ecstase ao ver Kline subir ao palco pra buscar seu Oscar.

Acima de tudo, essa edição da premiação pareceu bastante justa. Dificilmente encontraremos alguém discutindo ou mesmo colocando em cheque alguns dos trabalhos vencedores do prêmio. Talvez, e isso hoje, alguns se sintam incomodados com o Oscar de Melhor Filme para o caloroso "Rain Man" (1988), que passou de clássico do Cinema a errado e subestimado em pouco mais de vinte anos. Vale recordar ainda da ilustre presença de Charles Crichton, veterano diretor de comédias, que voltou a cena indicado ao prêmio de melhor realizador. Uma grata e singela surpresa.

por Gustavo Pavan

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Opiniões - Parte 4



Melanie Griffith: nominada como Melhor Atriz.

Duas características praticamente definem a maioria dos filmes nomeados a categoria principal da 61ª edição do Oscar: ou viraram clássicos ou envelheceram mal. Sobre a primeira consideração depois dos dois pontos, entram “Rain Man”, de 1988, (vencedor do prêmio de Melhor Filme), “Ligações Perigosas” (1988) e “Mississipi em Chamas” (1988), enquanto na segunda, de conotação mais negativa, podem ser atribuídos “O Turista Acidental” (1988) e “Uma Secretária de Futuro” (1988), filmes poucos lembrados atualmente. No entanto, ainda que hoje esquecidos, foram produções significativas para sua época. Um trazia o diretor americano Lawrence Kasdan, então reverenciado como um novo talento, principalmente pelas suas obras anteriores, “Silverado” (1985) e “O Reencontro” (1983), e o outro, dirigido pelo talentoso Mike Nichols, ainda contava no elenco com Melannie Griffith, Sigourney Weaver e Harrison Ford, trinca de estrelas em evidência.

Não precisa nem de um olhar mais clínico para se perceber que o ano de 1989 não foi um dos melhores para o cinema americano. Contando com filmes que entraram para a memória afetiva de muita gente, a 61ª edição era popular, mas carecia de filmes com temáticas mais interessantes. O vencedor “Rain Man” foi importante para trazer a tona a problemática do autismo, contava com boas atuações, mas não dá para dizer que a trama realmente empolgava. Dirigido por Alan Parker, “Mississipi em Chamas” voltava sua mira para os conturbados anos sessenta, quando a famigerada Ku Klux Klan ainda impunha sua lei brutal no estado. No entanto, o filme esvazia seu tema e aposta em uma pegada de thriller. Talvez o terceiro longa-metragem do inglês Stephen Frears, “Ligação Perigosa”, seja o filme mais atemporal e logo também o mais empolgante com sua trama que enfoca um joguete amoroso na França do Século XVIII.

Contudo, a premiação contou com filmes periféricos, não indicados para as categorias principais, tão ou mais interessantes que os nomeados. São eles: “O Preço do Desafio” (1988), de Ramon Menedez, “Acusados” (1988), de Jonathan Kaplan (que rendeu o Oscar de Melhor Atriz a Jodie Foster), “Nas Montanhas dos Gorilas” (1988), de Michael Apted (também com Sigourney Weaver), a deliciosa comédia “Um Peixe Chamado Wanda” (1988), de Charles Crichton e o vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, o dinamarquês “Pelle, O Conquistador” (1987). Em uma época que dificilmente uma produção de língua não inglesa entraria entre os principais, o filme dinamarquês co-protagonizado pela lenda chamada Max Von Sydow, poderia facilmente entrar entre os finalistas de Melhor Filme.

Entre as atuações, foi prazeroso descobrir o potencial de um jovem Tom Hanks em “Quero Ser Grande”, de 1988, (sua primeira indicação), à medida que a vitória de Dustin Hoffman poderia ser até considerada como certa. A caracterização de Hoffman como um autista foi realmente marcante. De certa forma, foi uma surpresa a vitória de Jodie Foster, principalmente por suas concorrentes da época, principalmente Glenn Close e Meryl Streep, já serem atrizes consolidadas. A Academia seguiu a linha de consagrar “Rain Man” pela sua importância e além de Melhor Filme, também o premiou com Melhor Diretor (Barry Levinson), Melhor Ator (Hoffman) e Melhor Roteiro Original (Ronald Bass e Barry Morrow).

Como citei em certa parte do texto, a 61ª edição trouxe muitos filmes que entraram para o imaginário e a memória afetiva do público e cinéfilos em geral, contudo, nenhum deles chegou a ser uma verdadeira obra-prima. O resultado final comprova como a Academia tinha (ou tem) apreço por premiar obras de caráter social relevante. 

por Celo Silva